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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Sad Hurricane

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Sad Hurricane I have a hurricane of tears closed in a box inside my heart. Maybe I need someone like Pandora to save the wild winds that I have. To save who I am. Winds of a sad hurricane. But Pandora don´t exist anymore. I must go on with a smile on my face.

O Fio do Casulo

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O Fio do casulo (Fabio Teixeira) Há algo alvoroçado e incomodado dentro de um espaço totalmente inesgotável de possibilidades que se tornou a própria prisão horrorosa de uma alma que tem medo. Ninguém merece passar pelo recolhimento que me pertence. Todas essas coisas que sinto não são de outras pessoas, que tem suas próprias vidas, suas próprias expectativas e frustrações. Não desejo a ninguém esta náusea, este receio absurdo pelo próximo segundo inevitavelmente tedioso. Tudo que sinto está demasiado intenso, mas sei que é devido à intensidade do que há dentro de mim. O sofrimento tem esse valor tão desvalorizado. Uma dor serve para mostrar a capacidade de se sentir certas coisas. Não que isso seja bom, mas já é algo decididamente maior se comparado à não sentir nada. É uma discrepância invisível aos outros, entre o que há  dentro e o que acontece fora, uma imaturidade da ação propriamente dita. Não sei bem quando me tornei uma pessoa triste. Simplesmente aconteceu e

Deusa faz de mim.

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Deusa faz de mim. (Fabio Teixeira) Deixei meus sentimentos com você Minha grande Deusa, faz de mim, Aquilo que já é natural de acontecer. Faz brilhar a beleza do meu ser Confio na tua causalidade, Procuro a paz como afinidade, E todo ser que vive a minha volta Amo sem juízo de valor. Amo planta, inseto, fada, estrela. Também sou parte desta natureza Aquilo que eu vivo, Vive em todos caminhantes Desta estrada cósmica Onde tudo é transitório. Somente temos a certeza da mudança Que ocorre a todo instante. Eu não penso tanto no futuro, No amanhã só existe a incerteza. Aqui aonde eu piso Onde vivo, como estou É que planto, é que faço É onde está o porvir. Só posso isso fazer Querido universo Amar, ser, estar aqui Presente, vivendo desta forma, Buscando entrar em contato Com a felicidade Onipresente.

A relação é igual a uma dança

Uma relação bem sucedida com a realidade precisa ser aprendida tal qual uma dança - não através de contemplação, mas de participação, de um exercício de força de vontade, de movimentos, ação e reação. Para extrair força de Deus e dos anjos, precisamos entrar em contato ativo com eles, impelir nossos músculos em sua direção e senti-los com nossos sentidos. Não somos forçados por leis abstratas, mas pelas intimidades de uma partida de luta romana. (Deane Juhan).

Agradeço

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Agradeço (Fabio Teixeira) Agradeço, não como um fato isolado da minha experiência, mas sim porque sinto que agradecer é uma forma de ser no mundo. Agradeço, devido a impermanência de todas as coisas, devido à certeza da finitude. Descobrir a efemeridade da vida é uma grande descoberta. É uma descoberta que abala profundamente a relação com o mundo. Tal efemeridade torna cada momento único, e passível de ser vivido apenas neste momento. Como na leitura de uma poesia, toda a experiência sensorial, perceptiva, afetiva e racional, se restringe apenas ao momento da leitura ou da escuta dos versos poéticos. Portanto não agradeço, mas antes, me sinto agradecido profundamente a todos que de alguma forma participam da poesia que continuamente extrai rimas da minha vida. Estrada Real - Carrancas - MG

Pequeno manual nada prático para matar o amor.

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Ele acordou lânguido no meio de uma rua qualquer no centro da cidade. Aquele despertar lento de quem passou por um sono duradouro. Achou estranho sentir tanto asfalto incrustado em seu rosto e riu-se por um segundo - Onde estou afinal? Não se dava conta daquele lugar. A cidade era suja, cinzenta e ele não se lembrava de ter visto tudo aquilo antes, embora soubesse do que se tratava. Ergueu-se e lançou um olhar ao redor. Pernas, prédios, rodas, lixo. Tudo lhe parecia tão alto e incompreensível que não teve a mínima reação por um tempo. Andou um pouco, sem direção. As pernas lhe trombavam, chutavam, um emaranhado bípede lhe impedia a passagem. Uma criança passou correndo, pisou numa poça d´água suja de esgoto que salpicou por todos os lados e ele gritou. Ei!!! Mas ninguém o ouviu. Colocando as mãos sobre o rosto notou estupefato não ter boca, nem nariz, nem ouvidos, nem mesmo olhos, enquanto apalpava-se furiosamente com mãos imaginárias. Um horror ácido lhe fez sair correndo, g

Oração à Mulher

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Oração à Mulher Por detrás da luz esta um ser divino, que governa nosso planeta é uma governante sábia, que age na calada da noite e do dia a todo instante atua sobre nós com sua leveza quase imperceptível que a faz flutuar enquanto nos arrastamos para sobreviver. Oh divina Deusa, que se integra com a vida, que se entrega com facilidade a esta nossa vida, mas que para você parece ser tão mais bela e harmoniosa, mais prazerosa.. Oh soberana divindade, dá-me a graça de acompanhar-te pelos caminhos caóticos da humanidade dá-me a honra de servir-te, mesmo quando aparentemente sou seu dono e te possuo, sendo possuído. Oh mulher. Que belo é este nome que enche minha boca enche minha mente, enche meu coração diante da mais simples pronúncia desta palavra, deste mantra, desta mágica.. mulher. Oh mãe carinhosa, sou eternamente grato, por ter nascido de ti, de teu ventre de luz, ao qual não honro o suficiente, pois somos pequenos demais perante sua onipotência. Oh irm

Cuspindo beijos.

Cuspindo beijos. (Fabio Teixeira) Naquele dia, Jorginho estava empolgado. Aparentemente, era um dia comum, uma data qualquer do verão em que ele completara 10 anos de idade. Todos os dias ele era o primeiro a entrar no ônibus escolar, precisamente as 05:30h da manhã. Aproximadamente as 06:00h, já no outro bairro em direção à escola, ela entrou. Cristiane. Ele não conseguiu tirar os olhos dela. Jorginho sentou bem no fundo do ônibus, fato que não era de seu costume. Estrategicamente deixou a última fileira, na ultima cadeira, do lado do motorista, no lugar mais escondido, bolsas e agasalhos para que ninguém se atrevesse a sentar ali. Ela veio caminhando pelo corredor e Jorginho apressadamente derrubou todas as coisas no chão e socou a mochila por debaixo da cadeira. Feito. O único banco vazio no fundo do ônibus era aquele ao seu lado. Ela sorriu, pediu licença entre os dentes e se assentou. Cristiane estava na 8a série e Jorginho ainda na 5a. Ela era bem mais alta

Madonna e carne de porco.

Madonna e carne de porco. (Fabio Teixeira) Acho que a vida cotidiana devia ser acompanhada de uma trilha sonora, como num filme. Hoje foi assim, Madonna me acompanhou quando fui almoçar no restaurante. Começo com “Holiday”. Não que eu não saiba fazer comida, mas é que tenho muita preguiça. Preguiça de lavar vasilhas, de comprar coisas e colocar na geladeira. Ao abrir a geladeira, o que vejo remete-me ao pólo norte, branco, frio e vazio, mas procurando bem naquela solidão vejo umas maçãs vermelhas no fundo. Maçã sempre me dá mais fome. O Som está alto. Abaixo um pouco o volume do MP3, ajusto os incômodos fones de ouvido que apertam a cartilagem da orelha, pego uns trocados e saio, com chinelos, camiseta e nuvens escuras no céu. Danço um pouco de “Material Girl” enquanto os carros passam. Essa é a desvantagem de morar perto de tudo. Saio na rua e atravesso a avenida, lá está; sacolão, padaria, restaurante, pastelaria, locadora de vídeo. Apenas uns passos apressados e che