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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Zucco

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ZUCCO -  Algumas observações sobre o espetáculo. Baseado no texto Roberto Zucco de Bernard-Marie Koltès, com encenação e dramaturgias criadas a partir de processo compartilhado. FICHA TÉCNICA CRIADORES: Amaury Borges, Assis Benevenuto, Dulce Beltrão, Elba Rocha, Admar Fernandes, DJ Black Josie, Camila Morena, Helvécio Izabel, Luciana Gomes, Felipe Cosse, Juliano Coelho, Vinicius Simões, Benjamim Abras, Luciana Veloso, Linete Matias, Allan Calisto, Claúdio Galalau, Jessica Tamietti, Andréia Gomes, Jessica Azevedo, Thiago Fernandes, Túlio Sieiro, Rafael Massotti, Lucas Alberto, José Maria, Mateus Andreata. ------------------------ // ------------------- Os Pássaros e suas gaiolas abertas. Não há pessoas livres, não existe liberdade. Zucco deveria estar atrás das grades, é um assassino. Mas para todos ali existiam gaiolas invisíveis. Presos em suas famílias, em seus valores, em suas virgindades. Acorrentados em seus medos, em sua vaidade, em suas pretensões e vícios. Enjaul
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BRASIL DAS GERAIS Diretor: Carlos Henrique Sampaio Moreira | Elenco: | Produtor: Dayse Fernandes Carlos Moreira | Figurinista: Carlos Moreira | Iluminador: Renato Freitas Cordeiro | Coreógrafo: Carlos Moreira | Bailarinos: Adalice Barbosa, Aline dos Santos, Alexsander Magalhães, Alysson Santos, Brian Neves, Carlos Moreira, Camila Oliveira, Corina Breyner, Cristiane Mateus, Douglas Mateus, Dayse Neves, Érica Dias, Fabrícia Elaine, Felipe Muniz, Grazielle Lizanias, Guilherme Ferreira, Graziella Aguiar, Leonardo Lobato, Luciana Glayça, Luiz Prata, Mariana Silva, Marcos Aurélio, Maria Cecília, Naomy Santiago, Nathália Moreira, Nayara Alana, Naomy Neves, Rayane Lígia, Renato Caran | Trilha Adaptada: Grupo Guararás | Técnico: Luiz Prata | Site: www.grupoguararas.xpg.com.br | -------------------------// ------------------------- "Uma dança feita de raiz e coração". Eu vou tentar escrever minhas observações sobre este espetáculo contendo a minha empolgação. Uma empolgaç

A PEQUENINA AMÉRICA E SUA AVÓ $IFRADA DE ESCRÚPULOS

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A PEQUENINA AMÉRICA E SUA AVÓ $IFRADA DE ESCRÚPULOS Autores: Marina Vianna, Marcos Coletta e Éder Rodrigues | Diretora: Sara Rojo | Elenco: Marina Arthuzzi, Marina Viana, Marcos Coletta, Marcos Alexandre, Fernando Oliveira e Henrique Limadre | Produtor: Mayombe | Cenógrafo: Gil Esper e Fernando Flávio | Figurinistas: Mariana Blanco, Paolo Mandatti e Mayombe | Iluminadora: Marina Arthuzzi | Trilha Original: Dibigode Instrumental | Trilha Adaptada: Mayombe | -------------- / ------------------- Quando vi a foto de divulgação da atriz colocada sob a imagem do mapa das Américas me lembrei de imediato daquela historinha que é muito contada em livros de auto-ajuda e em jornais populares, do pai que para se livrar da criança que o atormentava, pega uma folha de revista onde havia um mapa-múndi e pica a folha em vários pedaços pedindo para a pequenina criança que montasse o quebra-cabeça. Em minutos a criança retornou com tudo pronto e surpreso com tal habilidade precoce, question

Adorno

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Adorno Diretora: Suely Machado | Produtora: Regina Moura | Cenógrafo: Guile Seara | Figurinista: Ronaldo Fraga | Iluminador: Jorginho de Carvalho | Estudo do Movimento: Alex Dias | Bailarinos: Alex Dias, Marcela Rosa, Danny Maia, Lucas Resende, Pablo Ramon, Ana Virginia Guimaraes, Verbena Cartaxo, Verônica dos Santos | Trilha Original: Lula Ribeiro e Marco Lobo | Cenotécnico: Roberto Duque | Vozes ao vivo: Titane e Mauricio Tizumba | Técnico de luz: Elias do Carmo | Sonoplasta: Fabricio Galvani | Site: www.primeiroato.com.br | ----------------// --------- “Cada encontro é a prévia para uma despedida”. Ao tocar o terceiro sinal para iniciar o espetáculo “Adorno”, minha companheira me perguntou ao pé do ouvido – você leu a sinopse? Esta pergunta me deixou pensativo porque fui a um espetáculo sem nenhuma expectativa, sem fazer a menor idéia do que iria assistir. Apenas com o intuito ingênuo de assistir algo que me tocasse o coração. Um céu virtual sobre um cenário dividido.

IT

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IT   - algumas observações após assistir o espetáculo. Autora: Amanda Dias Leite e Júnia Pereira | Diretora: Marina Viana | Elenco: Amanda Dias Leite e Júnia Pereira | Produção: Grupo Dois Pontos | Cenógrafo: Paolo Mandatti | Figurinista: Paolo Mandatti | Iluminador: Geraldo Octaviano | Trilha Adaptada: Marina Viana | E-mail: grupo2pontos@ gmail.com | ------------------ // ----------------- Sai de casa com um almoço leve para resolver os afazeres cotidianos. Foi um péssimo dia em que não consegui resolver quase nada de forma pragmática. Acabei por chegar ao Pátio Savassi em cima da hora de começar o filme Sherlock Holmes. O ingresso para a peça IT, já estava reservado e o tempo era exatamente o suficiente. Já que não conseguia resolver nenhum de meus problemas, preferi sentar numa sala de cinema e não fazer mais nada. Estava com fome e sede, mas não quis me submeter ao processo extorsivo de comprar uma pipoca a preço de ouro. Ao final do filme eu estava duplamente

CUIDADO: FRÁGIL!

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CUIDADO: FRÁGIL!  - algumas observações após assistir o espetáculo Autor: Criação Coletiva | Diretor: Mauro Júnior | Elenco: Alex Zanonn, Athos Reis, Elton Monteiro, Marcus Labatti, Sidneia Simões, Simone Caldas | Produtor: Alexandre Toledo / Cia da Farsa | Iluminador: Mauro Júnior | Blog: www.companhiadafarsa.blogspot.com | -------------------// ---------------- Entrar num ambiente onírico é definitivamente saber que a prosa não será suficiente para descrever o que está por vir. É preciso pensar, ver e sentir em forma de poesia. Essa foi a minha primeira impressão ao adentrar no universo de cuidado-frágil. Uma grande Mandala delimitando direções, por onde os personagens se deslocam em sentidos cartezianamente demarcados, infundindo o corpo, texto e visual numa única ação. Cada personagem carrega sua bagagem, em mochilas vermelhas, sob o texto que mostra a dúvida fundamental: será o super-homem totalmente de aço ou por baixo de sua fortaleza intransponível corporal resi

Alfredo virou a mão - algumas observações.

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  Algumas observações após assistir o espetáculo “Alfredo virou a mão” Autor: João Bethencourt | Diretor: Ilvio Amaral | Elenco: Marcelo Campos, Marísia do Prado, Fernando Verissímo, Fred Mozart, Marcelo Duque, Abdon Braga, Mayara Dornas | Produtores: Marisia do Prado e Rômulo Duque | Cenógrafo: Rômulo Duque | Figurinista: Marisia do Prado | Iluminador: Cláudio Castanheira | Trilha Original: Guilherme Praxedes | ------------------ // ------------------------ “Ser-si-mesmo-com-o-outro-no-mundo”. Começo este rabisco com essas palavras, que podem soar estranhas e se fundamentam no cerne do pensamento que em mim foi evocado, após assistir o espetáculo Alfredo virou a mão. Terminada a peça, ainda com o espírito leve pelas boas risadas que dei, deparei-me com a fala de uma pessoa enquanto estava sentado tranqüilamente num bar: “somente a pouco tempo eu saí do armário, sempre soube o que eu era, mas somente agora assumi totalmente o que sou”. Temos no centro do
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Um camafeu de Lágrimas. Fábio Teixeira Sento no sofá de capa laranja. Sem perspectivas, através de meia pálpebra observo a velha tinta branco gelo das paredes da sala. Penso numa cor para renovar um pouco os ares. No ambiente escuto o rádio do vizinho, que toca o jornalismo esportivo. Ele faz isso todos os dias a partir de sete horas e cinco minutos, exatamente. Conjeturo se aqueles malditos decibéis estão dentro dos padrões da lei de convivência dos condomínios, mas sei que pensar nisso é apenas uma forma de distrair a cabeça. Eu sei disso. Azul era nossa cor predileta. Vestidos, blusas, lugares, times, luminária, bares. Encontrávamos azul no nosso cotidiano. Muito longe de ser fria, sempre foi a cor da nossa paixão. Velas, capas de filmes e até mesmo quando fechávamos os olhos durante um longo beijo, cintilava por detrás dos lábios um tom azulado claro que espargia pelo córtex occipital e fazia tudo ficar mais leve. Não tenho certeza se as cores são reflexos lumin

O corpo dançando.

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Dancing to the others

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Foto: Priscila Patta Dancing to the others. (Fabio Teixeira) Sometimes I think on dance, feelings to do a body move, workout to find extreme truth, lot of pain to take a chance. Dance, can put me high, before a strong fall on the floor. But no one see nothing more,  no one knows the broked side. Inside, dance turn deeply, to a strange way of behavior. together, like anxious warrior, dark and light flowing quickly Suddenly, I hope to understand the reasons to dance to the others. Each movement asks for another, body and truth must be stand me.  

Velório à Brasileira

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Algumas observações após assistir o espetáculo “Velório à Brasileira". Elenco: Autor: Aziz Bajur | Diretor: Pádua Teixeira | Assistente de direção: Verônica Tannure | Elenco: Alinne Lacerda, Beth Grandi, Bruno De Moura, Cidah Viana, Geraldo Peninha, José Maria Mendes, Luiz Henrique Moura e Raimundo Farineli Stand By Bner Caduah | “Como o sofrimento pode se transformar em risos”. A morte é sempre um assunto difícil. Não é apenas um tipo de perda, mas ela parece ser a perda definitiva. Aparentemente não há retorno ou reparação sobre aquilo que se perdeu. Não efetivamente, embora muitas crenças possam existir sobre a continuidade da vida espiritual ou metafísica, ou até mesmo que as obras deixadas em terra possam suprir a existência de quem faleceu. Penso que cada pessoa enfrenta a morte de maneira diferente. Parece-me que isso deixa bem claro que a morte não tem um sentido definitivo, mas antes, um sentido construído por quem está vivo. Frente à situação fatídi

O inferno tem outro nome: repetição.

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  O inferno tem outro nome: repetição. (Fabio Teixeira) O inferno tem outro nome: repetição Olho diretamente para a ambulância parada ao lado de uma rampa de acesso para o segundo andar de um prédio decadente, numa rua escura meio que verde-acinzentada. Há duas portas de acesso, uma abaixo da rampa e outra no segundo andar, e aparentemente são as únicas fontes luminosas do ambiente. As janelas de vidro estão todas fechadas e as luzes, apagadas. Espreito do canto da esquina adjacente, esgueirando-me temeroso a um quarteirão de distância. Os sonhos não têm início. Já pensei nisso várias vezes, porque não há lembranças do que aconteceu antes de as lembranças começarem. Quando percebo, já estou no meio de algum lugar e de uma situação. Vejo tudo aquilo com uma sensação de insegurança, num lugar desconhecido e inesperado. A porta do fundo da ambulância abre-se e sob a penumbra vejo vultos que se movimentam rapidamente e se dirigem para o segundo andar. Num ímpeto

Duplo Etéreo

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Algumas observações após assistir o espetáculo “Duplo Etéreo”. Autor: Sebastião Bicalho | Diretor: Fernando Couto e Ari Nóbrega | Elenco: Verônica Tannure e Rafael Zanon | Produtor: Fernando Couto | Iluminador: Caio Cézar | ------------------------------------ // -------------------------------- “O Destino pode estar no passado” Inicialmente já gostei do cenário. Eu gosto muito da proposta do mínimo, quando se trata de temas de abordagem filosófica ou psicológica. Sempre sobra espaço para a imaginação. Três cadeiras. Achei isso muito marcante porque está na base da família Freudiana, o triângulo pai, mãe e filho. Como são dois irmãos, isso já mostra a exclusão de um deles mesmo que seja de maneira metafórica. Adoro quando Teca derruba as Duas cadeiras e se agarra na última, porque o lugar da mãe e do pai são desmontados, enquanto ela se segura no seu último assento. O desenho de utilização do espaço à direita ou à esquerda do palco me dá uma sensação d

Compaixão

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Compaixão (Fabio Teixeira) O perdão é algo que necessita de prática. È preciso praticar o perdão como algo que se aprende enquanto erra, porque o primeiro perdão que se deve aprender é perdoar-se por ainda não poder perdoar todas as coisas, por não conseguir deixar de sentir raiva, revolta ou mágoa. Sei que é difícil, pois existem coisas que machucam. Perder alguém, ou algo que considere ter muito valor, ou ser ferido por palavras, injúrias, humilhações. No entanto, independente dos fatos, a vida continuará. Independente do que você sente, a vida continuará. E por mais estranho que pareça, é possível recomeçar uma nova vida a cada dia, a cada ação, e isso é o verdadeiro desapego. Perdoar é algo que precisa ser praticado, treinado, nas coisas mais simples primeiro, com as pessoas mais próximas, nas mesquinharias e picuinhas desnecessárias. Apenas deixe ir de propósito, esteja no domínio da sua situação. Não significa ser bobo, ou deixar-se machucar pelo outro. Falo de