Encontro das águas Não é a primeira vez que assisto ao espetáculo de pesquisa em dança de Regina Perocini. Pode haver estranheza nas palavras “pesquisa” e “dança”, mas é disso também que se trata. A dança enquanto área de conhecimento, cria, descobre, redescobre, reorganiza e fornece novos saberes ao homem, como qualquer outra área que tradicionalmente chamamos de acadêmica. Sendo assim, este estudo, que se tornou um espetáculo, bebeu em fontes da cultura religiosa e musical brasileira e nos trouxe em forma de dança, música e performance sonora uma experiência louvável. Quando vejo algo assim lembro que não há limites para a dança. A palavra dança associa-se quase que naturalmente ao movimento, ritmo e expressão corporal. Mas não é só isso. Vi neste espetáculos formação de imagens quase arquetípicas, efeitos visuais simples e belos, efeitos acústicos e sonoros que me fizeram arrepiar, uma história pra se contar, poesia em verso e prosa, música com vozes nobres e, claro...